10 de set. de 2012


Dia 10 de setembro de 2005. Sou ótima para lembrar datas tristes. 

Minha grande amiga, sinto sua falta...
Por que você deixou nos deixou?
Por que designou a mim a responsabilidade de seguir em frente sozinha?
Tínhamos tanto a partilhar ainda...
Por que não falou comigo? Por que me deu a incumbência da culpa?
Eu podia ter percebido que algo estava errado, mas não fui capaz.
Onde, em seu silêncio, você se perdeu? Eu a perdi?
Naquela noite conversamos tanto, rimos tanto, falamos tantas besteiras...
Por que você não disse que era o último dia da sua curta e tão preciosa vida? O último “boa noite”, o último “te amo”?
Confesso que tive raiva, após entrar em pânico, ao saber da sua partida voluntária.
Tive raiva por ter me enganado. Raiva de mim por não ter percebido. Raiva de você por ter tido a coragem que nunca tive.
Hoje sinto saudades. No lugar da sua presença, apenas um eterno sentimento de que ainda faltava muito para vivermos.
Independente de onde você estiver, saiba que te amo, amiga.
Um dia ainda nos encontraremos e terminaremos o que ficou para trás.

4 de set. de 2012

Não perdoe!



Acho engraçada a vida. A gente quer fazer tanto, mudar tanto – a tudo e a todos –, alterar a ordem natural ou não das coisas. Dedicamo-nos a aconselhar – de acordo com a nossa própria opinião – o que mais convém à vida alheia. Esquecemos, às vezes propositalmente, de nossos próprios furos, nossos grandes defeitos.
Achamos mais conveniente analisar a vida dos outros, a final de contas, fazer isso com a nossa própria nos parece insuportável.  A especulação se tornou parte indispensável do caráter humano e, como consequência, o direito à livre decisão de suas próprias escolhas já até soa como algo absurdo.
Hoje resolvi escrever um pouco a fim de tentar conversar com essa folha de word. Isso porque ser escutada sem ser (muito) criticada por quem realmente tem ouvidos, me parece impossível. Não que eu não vá receber críticas após o primeiro ser alfabetizado dar uma passada de olhos por esse monte de palavras amontoadas. Mas é a chance de vomitar um monte de coisas sem ser interrompida me atrai. Sendo assim, exponho o que eu quiser, do jeito que achar melhor.
Estava assistindo a um programa de televisão, um desses apelativos entre os milhões existentes. O tema era sobre o perdão e incentivava à pratica de tal ‘habilidade’. Os infelizes estavam incentivando à pratica dessa incrível arte. Matérias de reconciliação entre ‘vítima e agressor’ foram exibidas. O psiquiatra contratado, dizia que era uma questão de saúde aprender a perdoar, dentre infinitas outras baboseiras vomitadas naquela porcaria de programa televisivo.
Até concordo que pequenos infortúnios devam ser relevados, como quando seu filho mente que já fez a lição de casa só para poder ir para a rua jogar futebol com o amiguinho. Ou quando seu melhor d=amigo deixa vazar aquele segredo.  Ou, ainda, quando alguém te rouba porque está faminto.
A meu ver, o perdão é uma prática inventada para amenizar erros graves. Se praticado, ótimo. O agressor sai ileso e a vítima honrada.  Se não praticado, os papéis se invertem e a vítima passa a ser o agressor.

28 de ago. de 2012


Estou conseguindo me ater aos propósitos básicos que decidi seguir. Sorrir, concordar, esquecer quem sou (ou quem não sou, enfim...). Digo isso por que na vida real as pessoas realmente – e finalmente – estão me vendo como normal. Pelo menos sinto isso. Começo a acreditar que sim, talvez eu seja mesmo uma boa atriz.
Até ser extremamente educada com uma pessoa que me mandou um e-mail ontem - provavelmente um imbecil eunuco, pois nem coragem de assinar o monte de merda que escreveu teve coragem (...) – eu fui.
Algumas das palavras que tal adolescente (tal vivente não ultrapassa a flor de seus doze anos, no máximo. Não consigo acreditar que não) proferiu foram: “(...) uma vagabunda como vc merecia muito muito mais do que ser estrupada. (...) se eu fosse eu, além de enfiar um ferro inferrujado no seu cu e me masturbar com teu gemido, arrancaria teus olhos e colocaria álcool no lugar. Só de pensar nisso, fico essitado” (Pausa para respirar... Li direito? A pessoa me ameaça com um ‘estrupo’, um ‘inferrujado’ e um ‘essitado’?). Tenha dó né?????
Bom, o e-mail foi bem mais longo e bem mais cheio de erros grosseiros e ‘ameaçadores’, mas não estou a fim de escrevê-los aqui. Como havia informado anteriormente, estou feliz comigo mesma. Tenho conseguido me manter educadamente calma.  Ainda não respondi – e penso que não perderei meu precioso tempo planejando palavras – a tal pobre coitado.

Amigo você foi um grande motivo de risada. Não vou dizer que não estou com uma pequena raivinha de você. Não pelas “ameaças terríveis”, mas sim por provar, através do seu português fajuto, que nem escrever certo tem capacidade. 

26 de ago. de 2012


Há algum tempo tenho me perguntado até quando conseguirei levar minha vida assim.
Já passei por todos os tipos de transtornos alimentares. Meus dentes, minha saúde, minha cabeça. Nada mais funciona direito. Tenho, frequentemente, feito uso de substâncias tóxicas. Ah, o que são as drogas perto de tudo que já fiz com minha própria saúde? Já devo ter escrito em algum lugar aqui, mas apenas relembrando – e tentando justificar ou, sei lá, explicar – até água sanitária já injetei na veia. Claro que na época, a intenção não era ficar doidona (!).
O que acontece atualmente, é que além de ficar extremamente excitada, falando pelos quatro cantos – geralmente de boas coisas –, fico totalmente sem fome. E como qualquer portador de transtorno alimentar que se preze sabe, a ausência de fome fascina. 
A fuga da realidade também é outro agente incentivador quando a gente usa alguma droga. Esqueço tudo e apenas curto o momento. Isso, sóbria, me parece impossível.
Lógico que me preocupo quando penso que não faço ideia de onde isso tudo vai parar, ou melhor, onde eu vou parar com tudo isso. Não tenho a mínima vontade de procurar ajuda. Escolhi trabalhar em casa e sair o mínimo necessário possível para a rua.
E assim tem sido meus dias, minha vida. Novos hábitos. Velhos costumes. Cansei de tentar desabafar com pessoas, por mais que elas digam que me compreendem, sempre haverá motivos para criticas. E, convenhamos, de criticas estou por aqui (...). Elas nunca me levaram a qualquer lugar melhor. Sendo assim, consegui chegar à conclusão de que bem como os animais, o papel também pode ser o melhor amigo do ser humano. No mundo das letras, você diz o que quer. Pensa o que quer. Registra o que quer. Eventualmente posto alguma coisa, como esse texto. Porém as coisas mais escuras, macabras e sombrias ficam guardadinhas em uma pasta qualquer do computador. Um dia, sem mais nem menos, vou lá e a deleto. Simples assim.
Talvez eu esteja vivendo um dos momentos mais solitários, independentes e maduros da minha vida. Sei que fiz escolhas erradas, mas quem disse que em algum momento eu estava fazendo a coisa certa?

Enfim...  Resumindo o texto (pra variar comecei a divagar sobre um assunto e puxei mais mil e quinhentos junto), confesso que o tabaco, o álcool, o pó, o café e o papel têm sido as melhores companhias que já tive em toda essa vida. Tudo absolutamente solitário e “acrítico”. 

25 de ago. de 2012

Seja simpático. Seja feliz.


Sorrir. Colocar um gancho no canto dos lábios e prendê-los às orelhas. Procurar um bom site ou revista de piadinhas toscas e se inspirar nelas para manter um papo bem humorado.

Acho que esse é o segredo para a convivência decente e sana na sociedade. Particularmente, não me importo de viver com essas “mil e quinhentas máscaras”. Isso, na verdade, até me faz bem.

Independente de estarmos fingindo ou não, sorrir sempre faz bem. Não interessa o motivo da alegria. O que importa é a imagem que os outros enxergam. A imagem que a gente passa e acaba acreditando que é real.

Sorrir com vontade de chorar. Chorar de tanto rir. Ser uma boa atriz e fazer os dois, na mesma conversa. Muita gente domina perfeitamente essa tarefa.

E eis o segredo da felicidade eterna desvendado. 

24 de ago. de 2012

Saudades daqui

Poucas novidades sobre qualquer melhora. Estou tentando viver minha vida da maneira mais amena possível. Infelizmente coisas novas sempre acontecem e acabam me derrubando, mas ainda tenho forças para tentar uma reerguida. Fazia muito tempo que não escrevia aqui. Na verdade tenho muitos textos escritos, mas não publico por falta de coragem. Grande abraço a todos e espero que fiquem bem. Sempre.

Apenas reflexões

O que penso?
De que lhe interessa?
Apenas deseja saber para que me criticar possa.


Passam anos e novos chegam
Tudo jamais alterará o formato que se cristalizou
A dor, o vazio, a esperança de que tudo logo chegue ao seu fim.


Críticas?
Ah, essas já me são comuns e já não fazem a mínima diferença
O único sentido de minha insistência em viver, é a espera amarga e esperançosa de finalmente
Dar um fim a tudo isso.


Viver deixou de fazer sentido há muito
Não. Não vou mais chorar
Quando me mataram a alma, assassinaram também a minha mente.


Já não existe motivo para tristeza
A vida não passa de um passatempo de mau gosto
Logo logo tudo terminará
E poderei, enfim, sorrir em paz.

1 de jan. de 2012

Sei que ninguém, ou pelo menos quase ninguém lerá isso, mas pouco me importa. Só preciso desabafar e não quero fazer isso num dia onde todos estão felizes e comemorando o novo ano. Não quero estragar com o humor de ninguém, por isso recorro a esse lugar...
Tive a pior virada e o pior primeiro dia do ano da minha vida.

Resumindo: Acabei de voltar do hospital com 4 pontos num dos alguns cortes que fiz no braço.
Chorei dia inteiro e tive vontade de me enforcar - só pelo prazer de pensar que meu marido me acharia assim em casa quando voltasse da rua, depois de um desintedimento que tivemos.

Não consigo lembrar em um unico dia que eu não tenha pedido a deus para que, se ele existe mesmo, me leve embora antes que eu morra por minhas próprias mãos.

18 de dez. de 2011

Um último até breve

Me dê só mais um segundo para armazenar a informação
De que tudo o que tentei até agora foi em vão
Me dê mais alguns segundos para entender que desistir dessa mais nova idéia talvez seja o mais sensato a se fazer
E essa coisa que entrou convicta em minha cabeça e se nega a ir embora não é a solução para tudo, nem mesmo para nada
Por favor, não desista de me convencer a ficar
Nem que seja por só mais algumas vinte e quatro horas
Não me abandone quando eu te pedir para me deixar em paz
Quando eu disser que quero ir e dispenso despedidas

Estou a alguns metros do abismo
E não penso em parar
Talvez ele seja só mais um obstáculo
E lá embaixo, lá no final
A resposta para todas as minhas questões me abrace

Me dê só mais um momento
Para observar, através dos olhos, o fundo da alma de quem ficará
Para puxar bem fundo o ar e me jogar

Me dê alguns minutos para me desculpar por tudo que fiz e te machucou
Por tudo que falei e te afastou
Por esse jeito arredio, covarde e prematuro de solucionar meus problemas
Só mais algumas marcações nos ponteiros de um relógio parado
Para que eu possa te observar e, através de um toque dos meus lábios em sua mão
Deixar entendido o quanto isso tudo também é doloroso para mim

Está difícil de compreender
O porquê de tudo ter dado errado
O porquê de eu ter deixado com que minha vida fosse tão breve
O porquê de pensar que essas simplórias palavras justificassem um ato tão eterno

Pensei em escrever uma carta
Ou talvez viajar para te dar um ultimo abraço
Ou ainda tirar uma foto para te dar meu ultimo sorriso
Mas resolvi, por pura covardia talvez, escrever esses tais versos sem revisão
Porque, o que interessa no agora, nesse ultimo momento, é a despedida de um amor tranqüilo, ingênuo e jamais expressado.

É, definitivamente isso está longe de ser um adeus.
Até breve.
Até breve...

22 de nov. de 2011

22.11.11

Tô sem fôlego.
Novamente (só pra não perder o costume), venho aqui falar de coisas que não importam a ninguém, mas acho que me sinto confortável desabafando pra alguma coisa que não seja o word.
Chorei, literalmente, o dia todo. Encerro o dia com a cara inchada.
Tive que enfrentar pessoas, fingir que estava tudo tranqüilo, mas por dentro, algo me tirando totalmente a energia, a vontade de sobreviver por mais um, pelo menos um dia.
To toda recortada. Me sinto bem assim – me retalhando. Depois me arrependo, por causa dos ferimentos, mas dá um alivio tão forte, tão inexplicável sentir aquela coisa que dói mais que a dor da alma, nem que seja por alguns segundos.