Dia 10 de setembro de 2005. Sou ótima para lembrar datas
tristes.
Minha grande amiga, sinto sua falta...
Por que você deixou nos deixou?
Por que designou a mim a responsabilidade de seguir em frente
sozinha?
Tínhamos tanto a partilhar ainda...
Por que não falou comigo? Por que me deu a incumbência da
culpa?
Eu podia ter percebido que algo estava errado, mas não fui
capaz.
Onde, em seu silêncio, você se perdeu? Eu a perdi?
Naquela noite conversamos tanto, rimos tanto, falamos tantas
besteiras...
Por que você não disse que era o último dia da sua curta e
tão preciosa vida? O último “boa noite”, o último “te amo”?
Confesso que tive raiva, após entrar em pânico, ao saber da
sua partida voluntária.
Tive raiva por ter me enganado. Raiva de mim por não ter
percebido. Raiva de você por ter tido a coragem que nunca tive.
Hoje sinto saudades. No lugar da sua presença, apenas um
eterno sentimento de que ainda faltava muito para vivermos.
Independente de onde você estiver, saiba que te amo, amiga.
Um dia ainda nos encontraremos e terminaremos o que ficou
para trás.