26 de ago. de 2012


Há algum tempo tenho me perguntado até quando conseguirei levar minha vida assim.
Já passei por todos os tipos de transtornos alimentares. Meus dentes, minha saúde, minha cabeça. Nada mais funciona direito. Tenho, frequentemente, feito uso de substâncias tóxicas. Ah, o que são as drogas perto de tudo que já fiz com minha própria saúde? Já devo ter escrito em algum lugar aqui, mas apenas relembrando – e tentando justificar ou, sei lá, explicar – até água sanitária já injetei na veia. Claro que na época, a intenção não era ficar doidona (!).
O que acontece atualmente, é que além de ficar extremamente excitada, falando pelos quatro cantos – geralmente de boas coisas –, fico totalmente sem fome. E como qualquer portador de transtorno alimentar que se preze sabe, a ausência de fome fascina. 
A fuga da realidade também é outro agente incentivador quando a gente usa alguma droga. Esqueço tudo e apenas curto o momento. Isso, sóbria, me parece impossível.
Lógico que me preocupo quando penso que não faço ideia de onde isso tudo vai parar, ou melhor, onde eu vou parar com tudo isso. Não tenho a mínima vontade de procurar ajuda. Escolhi trabalhar em casa e sair o mínimo necessário possível para a rua.
E assim tem sido meus dias, minha vida. Novos hábitos. Velhos costumes. Cansei de tentar desabafar com pessoas, por mais que elas digam que me compreendem, sempre haverá motivos para criticas. E, convenhamos, de criticas estou por aqui (...). Elas nunca me levaram a qualquer lugar melhor. Sendo assim, consegui chegar à conclusão de que bem como os animais, o papel também pode ser o melhor amigo do ser humano. No mundo das letras, você diz o que quer. Pensa o que quer. Registra o que quer. Eventualmente posto alguma coisa, como esse texto. Porém as coisas mais escuras, macabras e sombrias ficam guardadinhas em uma pasta qualquer do computador. Um dia, sem mais nem menos, vou lá e a deleto. Simples assim.
Talvez eu esteja vivendo um dos momentos mais solitários, independentes e maduros da minha vida. Sei que fiz escolhas erradas, mas quem disse que em algum momento eu estava fazendo a coisa certa?

Enfim...  Resumindo o texto (pra variar comecei a divagar sobre um assunto e puxei mais mil e quinhentos junto), confesso que o tabaco, o álcool, o pó, o café e o papel têm sido as melhores companhias que já tive em toda essa vida. Tudo absolutamente solitário e “acrítico”. 

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