Acho engraçada a vida. A gente quer fazer tanto, mudar tanto
– a tudo e a todos –, alterar a ordem natural ou não das coisas. Dedicamo-nos a
aconselhar – de acordo com a nossa própria opinião – o que mais convém à vida
alheia. Esquecemos, às vezes propositalmente, de nossos próprios furos, nossos
grandes defeitos.
Achamos mais conveniente analisar a vida dos outros, a final
de contas, fazer isso com a nossa própria nos parece insuportável. A especulação se tornou parte indispensável
do caráter humano e, como consequência, o direito à livre decisão de suas
próprias escolhas já até soa como algo absurdo.
Hoje resolvi escrever um pouco a fim de tentar conversar com
essa folha de word. Isso porque ser escutada sem ser (muito) criticada por quem
realmente tem ouvidos, me parece impossível. Não que eu não vá receber críticas
após o primeiro ser alfabetizado dar uma passada de olhos por esse monte de palavras
amontoadas. Mas é a chance de vomitar um monte de coisas sem ser interrompida
me atrai. Sendo assim, exponho o que eu quiser, do jeito que achar
melhor.
Estava assistindo a um programa de televisão, um desses apelativos
entre os milhões existentes. O tema era sobre o perdão e incentivava à pratica
de tal ‘habilidade’. Os infelizes estavam incentivando à pratica dessa incrível
arte. Matérias de reconciliação entre ‘vítima e agressor’ foram exibidas. O psiquiatra
contratado, dizia que era uma questão de saúde aprender a perdoar, dentre
infinitas outras baboseiras vomitadas naquela porcaria de programa televisivo.
Até concordo que pequenos infortúnios devam ser relevados,
como quando seu filho mente que já fez a lição de casa só para poder ir para a
rua jogar futebol com o amiguinho. Ou quando seu melhor d=amigo deixa vazar
aquele segredo. Ou, ainda, quando alguém
te rouba porque está faminto.
A meu ver, o perdão é uma prática inventada para amenizar
erros graves. Se praticado, ótimo. O agressor sai ileso e a vítima honrada. Se não praticado, os papéis se invertem e a
vítima passa a ser o agressor.
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