5 de jun. de 2010

Coloco a culpa no tempo chuvoso pra poder ficar mais um pouco deprimida. Sempre faço isso.
Penso: "Ah! Essa droga de tempo! Tem mesmo cara de suicídio!"
Ontem o dia estava assim. Chuva o dia inteiro, frio e casa totalmente trancada pra tentar esquecer o mau humor de São Pedro.
Aí hoje acordo e vejo o sol mais lindo, a luz mais radiante que já vi na vida.
O típico dia gostoso de inverno sabe?
Para uma pessoa normal (meu marido, por exemplo, viu o sol e acordou cedo pra aproveitar essa luz divina), animar-se com essa mudança para boa de tempo é inevitável.
Já para mim... Hummmm
Ainda continuo com a casa trancada, ainda continuo com o mesmo pijama, ainda continuo com as automutilações.
É fácil pra que observa tudo isso de fora, analisar e condenar pessoas que, como eu, suicida-se lenta e gradualmente a cada dia que passa.
Ontem, na hora do banho, tentei com todas minhas forças cortar a veia na virilha. Cansei de tentar morrer com cortes superficiais nos pulsos.
Fiz um rasgo bem grande, mas caí na real não tive coragem de continuar.
Pensei que hoje acordaria melhor e que seria besteira não ver o provável dia bom que nasceria hj.
Tá. Momentaneamente percebi que cometer qualquer ato contra minha própria vida era bobagem. Isso não mudaria minha situação. Talvez só piorasse.
Abortei a idéia logo em seguida e fui dormir com a esperança de ver o sol hj pela manha.
Agora estou aqui. Sentada de frente pra janela e vendo os raios invadirem frestas por entre as faixas da cortina.
Que minha mãe me perdoe por qualquer ato falho que um dia eu venha cometer. Espero que ela saiba e compreenda que sua filha não era um ser humano normal e precisava correr riscos para se satisfazer.

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