Não sei onde terminarei.
Não sei como terminarei.
Não tenho quase certeza alguma.
A única coisa que ouso afirmar, é que um dia terminarei.
Não sei de onde brota tanta dor aqui dentro desse jovem, porém cansado coração.
Guardo tantos segredos, tantas dores, tanta raiva, tanta amargura, que tenho convicção de será isso que um dia exterminará com minha existência nesse mundo.
Quero tanto ainda, porém todas minhas boas expectativas já se foram.
Preciso tanto de alguém que me ajude a arrancar essa tristeza e que não me pergunte o porquê de sua existência, apenas tire-a de dentro de mim.
Quero ser alguém normal. Sem lembranças que me impeçam de ser verdadeiramente feliz.
Gostaria tanto de não ser esse bicho do mato que tem medo de conhecer novas pessoas, novos ares, vivenciar novas experiências.
Não sei como sair desse mundo maldito no qual me meti.
Todos me fazem mal. Tudo para mim é traumático. Um não, para mim, é mais aceitável que uma resposta positiva.
Parece até que meu cérebro aprendeu a não aceitar respostar positivas.
Queria sumir desse maldito lugar que me aprisiona.
Queria ter forças de gritar, gritar, gritar... Até perder a voz e finalmente morrer.
Invejo as cigarras que assim o fazem.
Será que elas sabem que depois do grito, não mais existirão? Será que não gritam de dor? O que as perturba tanto a ponto de gritarem até morrer?
Ou não seria tristeza? Seria alegria então o motivo de seus berros fatais?

Sei lá. Só sei que não sou ninguém.
Estou rodeada de tanta gente que diz me amar, mas me sinto tão sozinha, triste...
São tantos sentimentos ruins que se confundem que não consigo discernir de fato o que é tristeza, raiva, dor, euforia, solidão...

Preciso tirar umas férias de mim e do mundo.

Queria ter o poder de comprar a morte.

Acho que isso deveria ser um direito de escolha e não um destino certo.
Seria bom ir ao mercado e poder comprar um pouquinho de morte.

Seria muito bom! Chegaria para a moça do balcão e perguntaria quanto custa a morte de uma hora, um dia, uma semana, um mês, um ano...

Acho que um tempo para meu cérebro resolveria toda essa maldita dor que insiste lembrar que existe.

Como não posso comprar a morte, tenho que me contentar em viver como as pessoas dizem que devo viver e me consolar nas tão conhecidas e solitárias lágrimas.