Ontem, no ballet, passei mal e tive um “semi desmaio”.
A pressão baixou muito por causa do calor e da fraqueza.
Confesso que me senti envergonhada pela situação e culpada por saber que a única pessoa responsável por aquilo tudo e consequentemente capaz de reverter esse quadro sou eu mesma.
Na verdade não sei realmente se quero me curar do TA. Tenho medo de aceitar tratamento e engordar novamente. Lidar com o ganho de peso com certeza me deixaria mais mal ainda.
Estou me sentindo culpada por não ter ido ao ballet hoje. Fiquei com receio de passar mal novamente e dar mais motivos ainda para fofocas.
Na realidade, se eu tivesse ido, com certeza teria passado mal. Confirmei isso agora a pouco, quando desmaiei em casa.
A diferença entre cair publicamente e sozinha, é que sozinha a gente tem a certeza de que não aparecerão comentários maldosos e nem criticas.
Levo a vida do jeito que eu acho que devo. Se alguém acha isso errado, sinto muito. Não me lembro de ter pedido opinião a ninguém.
Estou me sentindo triste por ser grossa, estúpida, egoísta, mesquinha.
Minha melhor amiga está preocupada comigo e minha forma de retribuir isso é dando “patadas”.
Sinto-me mal por não saber quem de nós vai primeiro por causa do TA.
Sinto-me mal por me achar ridícula perante minha melhor amiga, minha irmãzinha, minha confidente, minha cara metade...
Sou esdrúxula, sou ignorante, tímida demais e fria.
Preciso chorar. Expulsar esse nó na garganta que está preso aqui há anos.
A desculpa para não fazer isso antes, era por não ter amigos, por não confiar em ninguém.
Agora encontrei uma amiga que me entende, que se preocupa e que sabe o quanto sofremos em virtude da alimentação. Mesmo assim não consigo ser sincera o suficiente para abraçá-la e dizer: Amiga... Preciso de ti!
Nunca gostei de ser tocada e às vezes me pego fugindo inconscientemente de alguns toques dela.
Sinto-me mal por travar essa fuga maluca das coisas que me fazem bem.
Por não conseguir me entregar verdadeiramente a uma amizade tão linda, tão sincera, tão pura em sua essência.
Hoje ela me ligou e me perguntou se o que eu queria era morrer mesmo. Não consegui nem dizer que sim nem que não, mas contra fatos não há argumentos... Sim, sim, sim... Se for para viver dessa forma, SIM! Quero morrer sim!
Perdoe-me pelo egoísmo maninha, mas do jeito que está e para onde as coisas estão caminhando, não vou mais muito longe mesmo...
Desculpe o individualismo. Sinto que meu dever seria aceitar esse tratamento. Isso por você. Não tenho o direito de tomar a decisão de vida ou morte. Não tenho o direito de fazer isso com você minha amiga anja.
Estou confusa novamente.
Sou ridícula mesmo. Ontem passamos um dia tão bom, fizemos companhia uma a outra e isso deveria ter me feito bem.
Hoje estou eu aqui, deitada o dia inteiro na cama, lamentando a vida, ou melhor, o final dela pelo jeito.
Sinto muito por tudo Re, minha amiga chocolatinha light.
Amo-te tanto que a saudade aperta até mesmo quando estamos juntas.
Perdoe sua amiga por ela ser orgulhosa, teimosa, grossa e matuta.
Você não merece.